Quixadá e Quixeramobim tiveram mais de 2.000 casos de Chikungunya confirmados em 2016
O Ministério da Saúde informou que em 2016 mais de dois mil casos de Chikungunya foram confirmados em Quixadá e Quixeramobim, no Sertão Central.
Ainda de acordo com o Ministério, em Quixadá duas pessoas morreram de Chikungunya. A doença preocupa o Ministério da Saúde porque poucas pessoas contraíram o vírus, e por isso a grande maioria da população não está imune.
O vice-diretor de Serviços Clínicos do Instituto Nacional de Infectologia da Fiocruz, José Cerbino, explica o que é a doença e quais são os sintomas.“O vírus da Chikungunya é um vírus um pouquinho diferente dos outros dois, ele é de uma família diferente, não é um flavivírus. Mas é um vírus muito semelhante e também é transmitido pelo mosquito. Então, de novo: ele acontece no mesmo período, nos mesmos locais onde vai acontecer a Zika e a Dengue. A principal característica da Chikungunya é a dor articular, a dor nas juntas. A palavra Chikungunya é uma palavra africana que quer dizer ‘andar recurvado’. E esse andar recurvado é por causa da dor que a pessoa que tem a doença sente. Então é uma doença que também dá febre, que também pode dar manchas pelo corpo, e tem como principal característica a dor e o inchaço nas juntas. Nas mãos, nos pés, nos joelhos. Essa é a principal característica dela.”
A recepcionista Marli da Silva, de 57 anos, moradora de Quixeramobim, já teve Dengue e pegou Chikungunya em julho do ano passado. “Eu comecei a sentir dores nas minhas articulações, os meus pés ficaram muito inchados, não conseguia andar, dores fortes na coluna. Eu fiquei de cama mesmo. As minhas mãos ficaram parecendo que eu estava perdendo o tato. E eu passei em torno de três, quatro meses sentindo aquelas crises mais fortes, as minhas articulações, os meus pés, fiquei sem andar, andei quase de muletas. Eu sempre falei, eu não desejo isso pra minha pior inimiga, eu tenho um vasto cuidado com a minha casa.”
A partir de agora, todos os municípios brasileiros vão ser obrigados a fazer o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes Aegypti, o LIRAa. Até então, o mapeamento era feito a partir da adesão voluntária de municípios. Esta é uma ferramenta para direcionar e qualificar as ações de prevenção e controle do mosquito.
A resolução do Ministério da Saúde foi publicada no Diário Oficial da União e estabelece que as informações sejam enviadas primeiramente para as secretarias estaduais de saúde e depois para o Ministério da Saúde.
Com ele, é possível saber a porcentagem de mosquitos por bairro e quais são os principais depósitos de focos. O mapeamento serve para detectar quais são as prioridades do município para que assim, seja dada ênfase às áreas mais críticas.
Os municípios que não realizarem o levantamento não receberão a segunda parcela do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso extra que é utilizado exclusivamente para ações de combate ao mosquito. Em 2017, o Piso Variável de Vigilância em Saúde é R$ 152 milhões e será liberado aos gestores locais em duas etapas.
Entre janeiro e 24 de dezembro de 2016, foram notificados 1.496.282 casos prováveis de dengue em todo o país. Em 2016, até 17 de dezembro, foram registrados 265.554 casos de febre chikungunya, em 2.785 municípios brasileiros. Desde o início da notificação compulsória do Zika, em fevereiro de 2016, até 17 de dezembro, foram registrados 214.193 casos prováveis da doença.
Saiba mais sobre o combate ao mosquito no site do Ministério da Saúde: saude.gov.br/combateaedes. Com informações Monólito Post
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