O baixo volume do açude Pedras Brancas, de onde é captada a água para abastecer a população de Quixadá, está se tornando motivo de preocupação para muitos moradores desta cidade do Sertão Central. Apesar de a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) assegurar aporte hídrico no açude até o início de 2018, o baixo nível, de apenas 6,3% da sua capacidade, foi a justificativa para a queda na qualidade da água, afetando a Estação de Tratamento de Água (ETA).

Neste domingo (22) a reportagem do Diário do Nordeste seguiu até a Central de Bombeamento da Cagece, no distrito de Tapuiará, onde fica instalada a balsa com os motores de bombeamento da água. O quadro aparenta ser mais grave. O nível da água baixou muito, ao ponto de expor um imenso cemitério de centenas de árvores. É possível inclusive acompanhar os dutos até a balsa com água um pouco acima da cintura, comentaram alguns moradores. Nunca haviam visto o Pedras Brancas nessa situação.

Conforme dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), deste do início de 2004, quando o Pedras Brancas começou a ser monitorado, o seu volume era de 453 milhões de m³, o equivalente a quase 10% da sua capacidade. Em julho de 2009 o reservatório que faz divisa com o município de Banabuiú chegou a acumular 91% de água, mas exceto em maio de 2010, quando repôs a sua carga, atingido 82%, a queda tem sido vertiginosa.

 

Uma faixa de espuma amarronzada pode ser vista em uma boa extensão da margem do açude.

Várias canoas estão ancoradas, sem uso. Com o baixo volume de água a pesca acabou.

A partir de junho de 2o16 Quixeramobim também passou a receber água do açude Pedras Brancas, através de uma adutora. Foi a solução para resolver o colapso que afetou a cidade vizinha. Os dois reservatórios do município, a Barragem Quixeramobim e o Fogareiro, secaram. No início de junho a Barragem recebeu um pouco de água, com as chuvas da quadra invernosa, mas nos últimos dias atingiu o seu volume morto novamente. A situação do Fogareiro não é diferente