Policial militar mandou o dono do outro som automotivo desligar o aparelho. Ele obedeceu, mas voltou junto de um comparsa para matar o agente de segurança, em Russas

Sargento Carlos Eduardo de Santiago Ribeiro tinha 40 anos e estava na Polícia Militar do Ceará desde 2003
Legenda: Sargento Carlos Eduardo de Santiago Ribeiro tinha 40 anos e estava na Polícia Militar do Ceará desde 2003
Foto: Reprodução

Carlos Eduardo foi executado próximo a um posto de combustíveis, no Município de Russas, no último dia 7 de agosto. Quatro dias depois, o MPCE denunciou Laércio Ícaro de Sousa Negreiros, 21, e Marcos Aurélio Assis de Sousa Júnior, 25, por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e contra autoridade da Segurança Pública). A Vara Única Criminal de Russas, da Justiça Estadual, ainda não proferiu decisão sobre a denúncia.

De acordo com a denúncia, o sargento estava na companhia de seus amigos, ouvindo o som automotivo de sua propriedade, próximo a um posto de combustíveis, no Distrito de Flores, quando outros homens chegaram ao local e ligaram um som ainda mais alto, “abafando” o som da vítima.

Em razão da ‘disputa’ entre os sons, a vítima dirigiu-se até o denunciado Marcos Aurélio, identificou-se como policial militar, mostrou sua arma de fogo e pediu para que desligasse o som. Ato contínuo, o denunciado Marcos Aurélio, contrariado, atendeu o pedido da vitima e desligou o som, saindo do local logo em seguida.

Luiz Dionísio de Melo Júnior
Promotor de Justiça

Poucos minutos depois, Marcos Aurélio voltou na garupa de uma motocicleta, conduzida por Laércio Ícaro. Marcos desceu do veículo, sacou uma espingarda calibre 12 e atirou contra o PM, que morreu no local.

Um vídeo mostra a ação criminosa. Assista:

 

 

A Polícia Militar do Ceará (PMCE) lamentou, em nota, a morte do sargento Eduardo: “O PM ingressou na Corporação em 04 de agosto de 2003 e desempenhou seu trabalho com muita dedicação e profissionalismo em prol da segurança do povo cearense. Atualmente, o policial estava lotado na 3ª Companhia do 9º Batalhão Policial Militar. O Comando da Corporação se solidariza com a dor dos familiares e amigos, ao tempo em que coloca o aparato da Instituição à disposição”.

JUSTIÇA DECRETOU PRISÕES PREVENTIVAS

Na audiência de custódia, realizada no dia 9 de agosto deste ano, a Vara Única Criminal de Russas decretou a prisão preventiva de Laércio Ícaro Negreiros e Marcos Aurélio de Sousa Júnior, como pedido pelo MPCE, “para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal”. E ainda determinou a quebra do sigilo dos dados dos aparelhos telefônicos apreendidos na posse dos suspeitos.

 

A gravidade do crime resta demonstrada pelos elementos informativos colhidos nos autos. Segundo as informações colhidas até então, os autuados, em comunhão de esforços e unidade de desígnios, após discussão banal, teriam ido ao encontro da vítima, assassinando-a com disparo de espingarda calibre 12 no rosto. A vítima era policial militar, e foi morta emplena via pública durante uma festa, na presença de dezenas de pessoas, demonstrando frieza e ousadia dos criminosos.

Lucas Sobreira de Barros Fonseca
Juiz estadual

 

As defesas dos dois acusados não foram localizadas. No processo criminal, os advogados de Marcos Aurélio pediram para o cliente responder em liberdade, já que ele é réu primário, tem residência fixa, trabalha com carteira assinada, está “comprometido em comparecer a todos os atos processo e a não causar qualquer embaraço à atuação da justiça” e ainda “colaborou com a justiça se entregando a autoridade policial assim que soube que estava sendo procurado”.

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