Operação Carro-Pipa volta a ser ameaçada após atraso no pagamento a pipeiros
De acordo com sindicato dos profissionais, pagamentos de novembro e dezembro ainda não foram realizados.
Após falta de verbas paralisar a Operação Carro-Pipa no início de dezembro de 2022, o abastecimento de 34 cidades cearenses volta a ser ameaçado. O Exército Brasileiro atrasou novamente os salários de 350 trabalhadores responsáveis pelo transporte da água potável no Estado. De acordo com Eduardo Aragão, representante do Sindicato dos Pipeiros do Estado do Ceará (Sinpece), os pagamentos referentes aos meses de novembro e dezembro ainda não foram realizados.
A demora prejudica os funcionários, que não têm conseguido pagar as contas ou quitar dividas relacionadas ao programa feitas em postos de combustível e em casas de peças.
Aragão afirma que os trabalhadores entraram em contato com a 10ª Região Militar, responsável pelos pagamentos, para questionar a situação. Segundo ele, a instituição alegou estar aguardando o repasse de recursos, feito pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que estaria atrasado.
O QUE DIZ O MINISTÉRIO
Em nota, a pasta afirmou que descentralizou as verbas da Operação Carro-Pipa, relativas a 2022 e janeiro de 2023, ao Comando de Operações Terrestres (Coter), do Exército. A distribuição está em tramitação e deverá garantir a continuidade do programa durante o mês de fevereiro.
O Ministério ainda alega que o Exército está implementando mudanças nas unidades que atendem alguns municípios do Ceará, o que pode ter motivado os atrasos. O órgão também afirma que a interrupção, no fim de 2022, ocasionou o aumento do prazo para a realização dos pagamentos.
O Diário do Nordeste entrou em contato com a 10ª Região Militar, mas, até o momento da publicação desta matéria, não obteve retorno.
RELEMBRE PARALISAÇÃO
Em 16 de dezembro do ano passado, a Operação Carro-Pipa foi suspensa em todos os estados do Nordeste, e em Minas Gerais e Espírito Santo. A paralisação ocorreu depois que o Exército emitiu um comunicado, pedindo que o programa fosse interrompido por falta de verbas.
Na ocasião, mais de 1,5 milhão de pessoas foram impactadas, tendo que lidar com a falta de água potável para beber e cozinhar. Além delas, só no Nordeste, 6,8 mil pipeiros foram prejudicados, lidando com dois meses de salários atrasados.
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