Segundo os manifestantes, no início do ano, as empresas retiraram o asfalto e não concluíram o serviço

Ontem, os moradores dos bairros Planalto, Sagrada Família e Alto do Tó, revoltados com a situação, interditaram, por cerca de uma hora, a rodovia e queimaram pneus ( Foto: Héricles Oliveira )
00:00 · 18.05.2018 por Honório Barbosa – Colaborador
Jucás. Moradores desta cidade na região Centro-Sul cearense realizaram um protesto contra o atraso na conclusão de obras de restauração das rodovias CE-375 e CE-284 que têm segmento na área urbana. Há cerca de quatro meses, o asfalto antigo foi retirado, gerando transtorno para os moradores e comerciantes, que sofrem com a poeira por causa do tráfego intenso de veículos na área.

Há, no Ceará, 37 rodovias estaduais que estão em construção e podem ser paralisadas até o próximo dia 20, por causa de impasse sobre reajuste no valor do asfalto. As construtoras aguardam uma definição do governo do Estado.

Revolta

Os moradores dos bairros Planalto, Sagrada Família e Alto do Tó, revoltados com a situação, interditaram, por cerca de uma hora, a rodovia e queimaram pneus. Alguns conduziam cartazes protestando contra a demora na conclusão da obra. “Isso é um absurdo”, disse o ex-vereador e líder comunitário Ademar Alves. “Desde janeiro que a gente sofre com esse descaso”.

De acordo com as informações dos manifestantes, no início do ano, as empresas retiraram o asfalto antigo, estragado, e, depois, não concluíram o serviço, alegando que o período de chuva atrapalhava a continuidade da obra.

“Se era assim, não deviam ter arrancado o asfalto, e aguardassem o fim do inverno”, pontuou o lojista, Laécio Oliveira.

A interdição da Rodovia CE-375 ocorreu à altura do bairro Planalto. “O nosso objetivo é chamar a atenção das autoridades, do governo do Estado”, frisou a dona de casa Maria Auxiliadora Batista. Outra moradora, Leda Batista, acabou saindo da casa própria e alugando outro imóvel porque o filho permanecia doente por causa da poeira que se acumula sem o asfalto da estrada.

Uma comissão, formada por moradores, líderes comunitários e vereadores já cobrou das duas empresas responsáveis pelas obras de restauração das rodovias – Maciel e Beta – a retomada dos serviços, mas não obtiveram respostas. Foi encaminhado também documento reivindicatório ao Departamento Estadual de Rodovias (DER).

Ademar Alves lembrou que, durante a primeira quinzena de julho próximo, ocorre a tradicional festa religiosa em louvor à padroeira de Jucás, Nossa Senhora do Carmo, que atrai centenas de devotos. “Essas obras começaram no ano passado, mas, infelizmente ainda não foram concluídas”, lamentou. “O bom era que estivessem prontas para os festejos da padroeira e a gente espera do governo do Estado uma resposta concreta”.

Na região Centro-Sul do Ceará há três obras – duas de restauração e uma de construção de rodovias estaduais em andamento. Os projetos são financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pelo Tesouro Estadual e integram o programa de logística de estradas Ceará de Ponta a Ponta.

Na CE-375, o trecho de 30Km entre as cidades de Jucás e Iguatu, sob a responsabilidade da empresa Beta, é o que está mais atrasado, com 81% dos serviços realizados. A obra tem orçamento de R$ 22 milhões.

A empresa Maciel realiza a obra de reconstrução da Rodovia CE-284, entre Jucás e Cruzeta (Saboeiro), no trecho de 48,5Km, que tem orçamento de R$ 27,9 milhões, com 90% executados. Já o segmento de 21Km, entre o município de Cariús e o entroncamento com a CE-060, na localidade de Umarizeiras, está com 71% dos serviços executados, e tem orçamento de R$ 13,5 milhões.

O DER esclareceu que as obras serão retomadas e devem ser concluídas no decorrer do segundo semestre e que um diretor do órgão veio à região para verificar o andamento dos serviços e que, na próxima segunda-feira, teria uma definição sobre as providências a serem adotadas.

O engenheiro de rodovias Paulo Rocha observou que o atraso na conclusão das obras de construção e restauração dessas estradas gera risco de acidentes, uma vez que há trechos com asfalto novo, sem sinalização, e outros ainda de terra, inclusos. “Para quem viaja à noite, as chances de ocorrerem acidentes é bem maior”, frisou.

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