Nomes tidos como possíveis pré-candidatos à sucessão do prefeito Roberto Cláudio deixaram os cargos. As exonerações cumprem prazo definido pela Justiça Eleitoral e mostram interesse dos governistas em atrair mais aliados

Legenda: Ao todo, três auxiliares do prefeito Roberto Cláudio deixaram os cargos com vistas às eleições
Foto: Foto: Miguel Portela/Arquivo

As exonerações de secretários municipais e estaduais, nesta quinta-feira (4), colocam em evidência nomes que estão a postos para a disputa pela sucessão em Fortaleza. Samuel Dias e Ferruccio Feitosa, ambos do PDT, além de Alexandre Pereira (Cidadania), deixaram a Prefeitura de Fortaleza para ficar livres para concorrer a cargo majoritário (prefeito ou vice). O mesmo ocorreu com Élcio Batista (PSB) e Nelson Martins (PT), exonerados do Governo do Estado. A saída de Martins, aliás, sinaliza disposição do governador Camilo Santana (PT) por uma ampliação da aliança governista na Capital, em meio ao cenário nacional de acirramentos políticos.

Na gestão Roberto Cláudio (PDT), os secretários de Governo e da Regional II, Samuel Dias e Ferruccio Feitosa, deixaram os postos no último dia do prazo dado pela Justiça Eleitoral, que é de quatro meses antes da data da eleição, para a desincompatibilização de quem planeja disputar a eleição majoritária. Já Alexandre Pereira deixou a Pasta do Turismo, enquanto, no Governo do Estado, Élcio Batista foi exonerado da chefia da Casa Civil e Nelson Martins deixou o cargo de assessor especial de Relações Institucionais.

Apesar das movimentações no Congresso Nacional e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre possível adiamento do pleito, o rito da disputa obedece os prazos atuais com a previsão da eleição municipal para o mês de outubro. O calendário atual coloca de vez na pauta uma eleição que estava apagada pela repercussão da pandemia da Covid-19.

Com a oposição mais óbvia em relação ao grupo governista, com nomes como Luizianne Lins (PT) e Capitão Wagner (Pros) colocados, o Paço Municipal ainda faz mistério sobre quem será escolhido para a sucessão do prefeito. Os próprios aliados não falam abertamente em um nome fechado para defender nos próximos meses.

Histórico

A receita aplicada pelo grupo do ex-governador Cid Gomes (PDT), de apresentar o candidato no apagar das luzes, parece se manter no pleito deste ano. O próprio nome de Roberto Cláudio, em 2012, assim como o de Camilo Santana, em 2014, foram lançados nas últimas horas do calendário eleitoral. A estratégia tem funcionado, já que o grupo conseguiu emplacar as duas lideranças nos dois cargos políticos mais disputados do Estado.

A formação da chapa governista tem sido constantemente adiada pelas lideranças pedetistas e pelos aliados que devem estar à frente da construção. O prefeito Roberto Cláudio, que deve funcionar como principal ‘cabo eleitoral’ do candidato do PDT, tem dado sucessivas negativas sobre quem deve ser a cabeça de chapa apoiada pela legenda na disputa eleitoral.

O foco, reafirmou o prefeito em inúmeras ocasiões, é a gestão da cidade no fim do segundo mandato. Internamente, a avaliação é de que uma gestão bem avaliada deve ser essencial para um bom desempenho da chapa governista, já que nenhum dos nomes apontados tem forte apelo eleitoral até o momento.

A pandemia atrapalhou, inclusive, o diálogo das lideranças pedetistas com a base aliada ao prefeito Roberto Cláudio na Câmara Municipal de Fortaleza. “A pandemia embaralhou todos os prazos anteriormente previstos para construção das candidaturas”, afirma o líder da Prefeitura no Legislativo, Ésio Feitosa (PSB). A desincompatibilização, segundo ele, teria como efeito ter “à disposição” os nomes dos secretários exonerados para a formação da chapa.

“Isso não quer dizer que o candidato sairá dentre esses nomes. É importante lembrar que outras excelentes opções existem, inclusive, vindas do Poder Legislativo”, ressalta. Quem ocupa cargos eletivos hoje não precisa renunciar ao mandato para se candidatar nas eleições municipais. Deputados federais e estaduais ou senadores podem prosseguir no exercício dos cargos mesmo que venham a disputar o pleito deste ano.

Entre os nomes do Legislativo, o presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto (PDT), é ventilado como possível cabeça da chapa governista. Outros deputados também chegaram a ser colocados, ainda em 2018, como alternativas, a exemplo de Salmito Filho (PDT), ex-presidente da Câmara de Fortaleza, e Queiroz Filho (PDT), apadrinhado pelo prefeito na eleição de 2018. Ambos perderam força.

Fonte: Diário do Nordeste

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