Entenda os fatores que devem encarecer a conta de luz e impactar o bolso do consumidor

Medidor de Energia
Foto: Shutterstock

O Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE) explica os fatores que devem levar impacto ao bolso do consumidor.O principal deles é a crise sanitária, que gerou uma reação em cadeia.

Custos mais altos

A pandemia fez com que a demanda de energia residencial aumentasse, por conta da maior permanência das pessoas em suas casas, ressalta o presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz.

“Além da questão de que as concessionárias tiveram que evitar o corte dos clientes inadimplentes durante a pandemia, o que exigiu muito do fluxo de caixa dessas empresas e, mesmo com o programa de apoio do Governo, isso afetou em algumas operações, fazendo com que o custo dessa operação elevasse e tivesse que, em algum momento, chegar à ponta final da cadeia, ao consumidor de energia. Por isso que nós veremos nos próximos meses e talvez até nos próximos anos um aumento de conta de energia considerável”, explica.

Em março do ano passado, a Aneel anunciou a suspensão de cobranças extras durante todo o ano, devido à pandemia. No entanto, em dezembro, a decisão foi revogada e a agência decidiu aplicar a bandeira vermelha patamar 2, justificando os baixos níveis dos reservatórios.

Inadimplência maior

Apesar dos custos “segurados” pelas concessionárias naquele período, não repassados ao consumidor, com a queda da renda familiar de boa parte da população e, em contrapartida, o aumento do consumo de energia, já que muitos tiveram de passar mais tempo em casa, a situação levou à inadimplência.

No Ceará, o consumo de energia elétrica residencial aumentou 7,34% em 2020, comparado ao ano anterior, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (Epe).

“Soma-se a isso, a diminuição da rotina industrial e consequente queda no consumo de energia por parte desse setor. Então, esses múltiplos prejuízos amargados pelas concessionárias no ano passado precisariam ser compensados de alguma forma nesse ano para a recuperação da saúde financeira dessas empresas. Diante dessa situação, inevitavelmente, o consumidor deverá sentir esse impacto”, completa o presidente Queiroz.

Reservatórios

De acordo com o diretor técnico do Sindienergia-CE, Daniel Queiroz, outro ponto recorrente para a mudança na cobrança de energia é a questão hídrica. Quando a situação não vai bem, é necessário acionar as termelétricas, que geram maior custo de produção de energia, levando ao aumento de tarifas.

“Temos um problema climático no Sul e Sudeste do Brasil, que hoje concentram a maior parte das hidrelétricas do Brasil – 61% da energia que o Brasil consome é decorrente dessas fontes de energia, dessas hidrelétricas”, aponta Queiroz.

“Então, hoje, com o baixo volume desses reservatórios devido às secas na região, não é possível suprir toda a demanda com a oferta de energia que vem dessas hidrelétricas, fazendo com que a gente acione, fazendo uma analogia, ‘o cheque especial’ do mercado energético, que são as termelétricas. Tal ação onera o custo de energia e, então, entramos no patamar de bandeira amarela, bandeira vermelha 1 e bandeira vermelha 2”, detalha o diretor.

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