Polícia Civil fecha laboratório clandestino onde era fabricada substância utilizada em hemodiálise

Trabalho de investigação desenvolvido pela Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio da Delegacia Regional de Iguatu, culminou na prisão de um homem suspeito de manter um laboratório clandestino, onde era fabricada uma substância médica conhecida por Concentrado Polieletrolítico para Hemodiálise (CPHD). O material era utilizado ilegalmente e fora dos padrões exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na realização de procedimentos de hemodiálise, em uma clínica situada no bairro Buji, em Iguatu, na Área Integrada de Segurança 21 (AIS 21). A ação ocorreu nessa segunda-feira (26).

De acordo com o delegado Jerffison Pereira, que presidiu o inquérito policial, os trabalhos de apurações iniciaram, após denúncias acerca de mortes suspeitas, que haviam ocorrido durante os procedimentos de hemodiálise realizados na unidade médica. No dia 11 de maio deste ano, a Vigilância Sanitária do Município de Iguatu já havia realizado uma fiscalização no local, onde foram constatadas divergências entre o estoque de CPHD e a quantidade utilizada pela clínica. Uma vez que há seis meses, a substância não era adquirida junto ao fornecedor. Durante a notificação, o administrador do local, Emir Mendonça Lima Verde Filho (41) confessou que passava por dificuldades financeiras.

De posse de tais informações, a Polícia Civil, juntamente com representantes do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e da Vigilância Sanitária do Estado diligenciaram até a clínica, no início da tarde de ontem, para realizar uma fiscalização no local. Ao ser indagado, Emir Mendonça confessou que produzia a substância em um laboratório próprio situado em outro imóvel. Seguindo até lá, foi encontrada a máquina, pronta para a produção do material, além de insumos acondicionados, que seriam utilizados para a fabricação do CPHD, e caixas com a solução pronta.
O suspeito foi conduzido para a Delegacia Regional de Iguatu, onde foi autuado em flagrante por crime contra a incolumidade pública. Além disso, a Polícia Civil investigará, ainda, os óbitos de sete pacientes da clínica, no intuito de identificar, se há relação entre as mortes e a substância fabricada no laboratório clandestino.