Pequenos açudes do Ceará estão desaparecendo literalmente do mapa
Uma pesquisa realizada pelo Núcleo de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), realizada desde 2008 e divulgada pela primeira vez por um veículo de comunicação, o Diário do Nordeste, apresenta um resultado impressionante da seca prolongada pelos últimos seis anos. As chuvas da quadra invernosa de 2017 foram apenas um refresco para a estiagem. Esse diagnóstico é comprovado pelos pesquisadores da Funceme. Em 2013 eles registraram a existência de mais de 28 mil micro açudes e lagos no Estado. Em 2016 foram detectados pouco mais de nove mil.
As pesquisas são feitas através do mapeamento realizado por satélite. Através das imagens é possível fazer a aferição.
Apesar de os 155 açudes públicos monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) assegurarem o abastecimento hídrico da maior parte da população cearense muitas famílias recorrem aos açudecos ou barragens, como também são conhecidos esses pequenos reservatórios d’água espalhados pelas localidades rurais para os afazeres domésticos e até mesmo para o consumo humano. Não é difícil de encontrar mulheres lavando roupas à beira d’água enquanto outras apanham baldes para cozinhar os alimentos.
A água dos açudecos é utilizada da lavagem de roupa ao cozimento dos alimentos, banho e consumo.
Os pequenos açudes existentes à margem da estrada de acesso ao distrito de Dom Maurício, na Serra do Estevão, zona rural de Quixadá, são um exemplo. Na região a média pluviométrica deste ano foi boa. Muitos açudecos acumularam uma boa carga de água. Para quem mora próximo está sendo um alivio apesar de a evaporação se acentuar a partir deste mês de outubro, comenta Raimundo Ribeiro da Silva, um morador da localidade de Engano. O diagnóstico é feito no “olhometro”comenta.
Essa também é a técnica utilizada pela Cogerh para monitorar os açudes gerenciados por ela. Na maioria deles observadores acompanham diariamente o nível da água através das réguas milimétricas instaladas dentro dos reservatórios. Mas já há também monitoramento tecnológico, através de sistemas de telemetria. Por esses motivos o Ceará é referencia nacional em gestão de águas.
A observação das réguas instaladas dentro dos açudes é uma das formas da Cogerh saber qual o volume hídrico
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