Ministro do STF manda soltar “Quadrilha dos Pipocas” que atacou três carros-fortes
Marco Aurélio livra da cadeia bandidos que foram presos em 2015 com vasto arsenal, incluindo cinco fuzis.
Armamento de grosso calibre foi apreendido com os cinco bandidos no dia da prisão
Numa decisão que tomou de surpresa as autoridades da Segurança Pública do Ceará, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou em liberdade uma quadrilha de bandidos cearenses considerada de altíssima periculosidade, envolvida em assaltos a bancos, ataques a carros-fortes e assassinatos de policiais nas regiões do Sertão Central e do Vale do Jaguaribe. O bando é conhecido como os “Pipocas”, baseado em Quixadá e Morada Nova.
O grupo foi preso em janeiro de 2015, em uma grande caçada policial, após tentativa frustrada de assalto a um comboio formado por três carros-fortes na BR-116, no Município de Russas (a 163Km de Fortaleza). Na fuga, os assaltantes se embrenharam no matagal e invadiram uma fazenda, tomando uma família inteira como refém, na noite de 14 de janeiro. Foram seis horas de cerco, tiroteio e negociações, até que os cinco criminosos se entregassem às autoridades. Dois deles ficaram feridos.
Arsenal
Com a quadrilha, a Polícia apreendeu um vasto armamento de grosso calibre, incluindo três fuzis de fabricação russa, modelo AK-47; dois fuzis americanos AR-15, de calibre 5.56; uma espingarda de calibre 28, três pistolas de calibre .40 (Ponto 40), além de cinco carregadores, 473 munições de diversos calibres, intactas; 20 quilos de artefatos explosivos e várias balaclavas (capuzes).
O grupo preso era composto por Elineudo Oliveira Silva, o “Neudo Pipoca”, então com 41 anos de idade; Antônio Ricardo Germano de Lima, o “Ricardo da Vila Rica”; Paulo Sérgio de Oliveira, 31 anos; e Ângelo Márcio Rodrigues, 36 anos. Os dois últimos foram baleados no confronto com a Polícia. No dia seguinte, foi capturado o quinto homem do bando, Raimundo Nonato Rodrigues da Silva, o “Raimundo da Vertente”, 32 anos. Outros membros da quadrilha conseguiram fugir.
O bando foi trazido para Fortaleza e autuado em flagrante na Delegacia de Roubos e Furtos (DRF). Posteriormente, o flagrante foi convertido em prisão preventiva pelo juiz da Comarca de Russas. As autoridades informaram que o bando dos “Pipocas” era financiado por empresários e comerciantes da região de Quixadá, ligados postos de combustíveis, fazendas, motéis, revendedora de veículos e até com atuação na política local. A quadrilha atacava bancos e carros-fortes no Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Piauí, Paraíba e Mato Grosso,
Soltos
Agora, o STF decidiu soltar os delinqüentes com base no argumento da defesa de que a prisão preventiva por dois anos configurou “excesso de prazo na custódia que se diz provisória”. O ministro Marco Aurélio alegou que, “a quantidade de armas e munições apreendidas e o fato de se tratar de um grupo organizado para a prática de criminosa, são insuficientes para respaldar o argumento alusivo à prisão para a garantia da ordem pública”.
Por FERNANDO RIBEIRO
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