Dono de hangar de helicóptero usado em crime de facção criminosa fala ao CETVSócio de hangar onde aeronave ficou estacionada enviou imagens do grupo à polícia.

O sócio do hangar onde ficou estacionado o helicóptero usado no crime que matou Gegê do Mangue e Paca entregou à polícia imagens das câmeras que mostram os envolvidos no assassinato da dupla chegando ao local e saindo com a aeronave.

Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, foram mortos na manhã do dia 15 de fevereiro. Os corpos foram encontrados no dia seguinte na mata de uma reserva indígena em Aquiraz, a 30 quilômetros de Fortaleza, no litoral leste do estado, na sexta-feira (16). Gegê era considerado um dos membros da cúpula da facção.

Segundo Paulo Jhon Garcês Moreira, sócio da empresa, durante o carnaval o proprietário do helicóptero ligou perguntando se tinha espaço no local para deixar a aeronave. Garcês afirma que não era a primeira vez que ele usava o serviço da empresa, e em dezembro já tinha estacionado no local.

 

“Quando vem a Fortaleza, o helicóptero fica aqui, a gente guarda, abastece, às vezes faz algum serviço. No último dia, ele paga a conta e vai embora, e assim foi no dia 15”, diz o sócio.

No dia do crime, o grupo pegou o helicóptero e fez um primeiro voo, depois retornou para buscar mais bagagens e foi embora, segundo relata Garcês.

“Tudo isso nós entregamos pra polícia. Nós registramos quem entra, registro físico no papel, com a placa do carro, identidade, nome das pessoas. E as câmeras também têm o registro deles desde a hora em que descem do carro, entram no hangar, vão para a aeronave, até a hora em que a aeronave decola”, afirma.

De acordo com as investigações policiais, após pousar na reserva indígena de Aquiraz, onde ocorreu o crime, o helicóptero fez um pouso na cidade de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, por cerca de 20 minutos.

Lá, os envolvidos no assassinato destruíram e queimaram provas, como malas e documentos.

A polícia do Ceará foi comunicada e vai receber esse material para incluir nas investigações.

Bilhete da facção

Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção (Foto: Reprodução/Divulgação)

Bilhete encontrado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau indica que Gegê do Mangue e Paca (nas fotos) foram mortos porque desviaram dinheiro da facção (Foto: Reprodução/Divulgação)

Um bilhete achado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, reforça a suspeita investigada pelo Ministério Público de que os dois foram foram mortos no Ceará pelo PCC porque supostamente desviaram dinheiro da facção criminosa.

“Amigos aqui é o resumo do Pe quadrado [Penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar os (…) o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”, informa o bilhete escrito a caneta num pedaço de papel.

Férias no litoral cearense

Paca esbanjava riqueza em praias do litoral do Ceará (Foto: Arquivo pessoal)

Paca esbanjava riqueza em praias do litoral do Ceará (Foto: Arquivo pessoal