O longa, do diretor Halder Gomes, teve gravações no distrito de Juatama, em Quixadá, a 186 km da capital cearense


Após quase dois anos do fim das gravações, o filme ‘Bem-vinda a Quixeramobim’, dirigido por Halder Gomes, estreia no próximo dia 15 e reforça o movimento de projeção do interior do Ceará até para o exterior que começou com a franquia Cine Holliúdy, em 2012, também sob o comando do cearense. As gravações foram feitas no distrito de Juatama, em Quixadá, a 186 km da Capital.

O longa traz um elenco quase 100% nordestino e figurinhas já veteranas das produções de Halder, como Rossicléa, Edmilson Filho, Falcão, Haroldo Guimarães e Valéria Vitoriano. Integram ainda o cearense Max Petterson – que faz estreia no cinema –, Monique Alfradique, Chandelly Braz e Luís Miranda.

Em coletiva nesta terça-feira (4), o diretor pontuou a importância de que produções como essas sejam realizadas no interior do estado, o que fortalece, inclusive, a economia local. “Um filme local puxa outro e a atividade vai se retroalimentando. O que a gente faz, além do riso, é muito sério”.

“A coisa mais prazerosa é quando eu vejo toda aquela economia acontecendo em torno de uma ideia, como é enriquecedor. A nossa atividade emprega, revela talentos que se desdobram em outras criações, integra. Promove o lugar em que é feito e esse legado fortalece as regiões, então Brasil, respeitem os artistas”.

HALDER GOMES
diretor
Legenda: Elenco com o diretor Halder Gomes de ‘Bem-vinda a Quixeramobim’
Foto: Fabiane de Paula/SVM

DE UMA PONTA A OUTRA  

Para além da projeção que os municípios ganham, a imersão feita pelas equipes de profissionais durante o período de gravações promove os negócios e comerciantes locais. De acordo com Halder, esse movimento acontece de uma ponta a outra, desde o posto de combustível ao setor de hotelaria, por exemplo.

“A capilaridade e a distribuição de recursos do audiovisual é tão vasta que, se você imaginar, é da passagem aérea ao hotel, os profissionais ao fornecedor de alimento do cattering, a cadeia da região, esse leque se expande e eu tenho isso como uma política pessoal de trazer pro Nordeste e pro Ceará, especificamente, esses projetos”, destaca.

E o desejo é mapear outras regiões do estado para encher as telas de cinema. Halder afirma que o Cariri, as serras e o litoral cearense estão na mira do diretor para próximos projetos. “Ainda vou mapear o estado todo com histórias nossas, eu estudo pra ver onde temos suporte”.

QUIXERAMOBIM EM QUIXADÁ  

Embora o filme se passe em Quixeramobim, as gravações aconteceram em Quixadá, cidade vizinha, por causa da pandemia. Ainda com alto número de casos da doença e sem doses de vacinas disponíveis no Brasil, o protocolo de segurança necessário para resguardar a equipe exigia que a produção acontecesse em um pequeno distrito.

Não bastou, claro, que começasse a surgir críticas por conta disso após a divulgação do longa. Sobre isso Halder é direto: “rapaz, até hoje não teve ninguém que reclamasse que o ‘Guerra das Estrelas’ (1977) foi gravado na Terra.  É cinema, é feito assim, por questão de logística”.

O visual, para Monique Alfradique que interpreta a protagonista Aimee, não deixa nada a desejar. “Cada nascer do sol que eu via era uma experiência, essa imersão que a gente teve foi um trabalho muito prazeroso. Aquele céu, a noite estrelada, isso fica pra sempre”.

Legenda: Monique Alfradique vive a protagonista Aimee
Foto: Fabiane de Paula/SVM

TRADUÇÃO DO CEARENCÊS  

Em abril, o filme foi exibido no 24º Festival do Cinema Brasileiro de Paris, na capital francesa, e deve entrar em cartaz em outros países. Com expressões típicas do cearense como o famoso ‘ai dento’, Max Petterson foi quem ajudou na tradução dos nossos para o francês, já que era o único envolvido no projeto fluente nos dois idiomas.

Legenda: O cearense Max Petterson estreia nos cinemas com o longa
Foto: Fabiane de Paula/SVM
“Durante o processo de legenda, a tradutora foi sincera comigo e disse ‘olha, Max, a gente tem pouco tempo e não entendo direito o dialeto. Eu disse pra ela que podia me mandar mensagem qualquer hora, teve uma que ela disse: ‘tem uma frase na cena da Rossicléa que ela diz muito bonito pro meu pr*q**to, como eu coloco isso no francês?’. Fiz todo um estudo pra ajudar ela”.

MAX PETTERSON
ator

Para isso, Max contou com a ajuda de vários amigos franceses, explicando o contexto da cena já que o conteúdo não é vulgar. Houve outras citações ainda que precisaram de alterações, pois os franceses não teriam as referências para compreender.

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