Facções criminosas formam um exército de 17 mil “soldados” nas cadeias e presídios do Ceará
Cadeias e presídios do Ceará estão todos dominados pelas facções criminosas PCC, CV e GDE
Um documento elaborado pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) e entregue, recentemente, ao governador Camilo Santana (PT), faz um grave diagnóstico acerca da presença das facções dentro do Sistema Penitenciário do Ceará. Apesar de ter caráter sigiloso, o relatório “vazou” e mostra que o poderio das organizações criminosas aumenta a cada dia no estado. Um verdadeiro “exército” de bandidos formado por quase 17 mil homens, comanda o crime nas cadeias cearenses, o que representa mais de 60 por cento da massa carcerária estadual.
Só o Comando Vermelho (CV), apontada como a facção com maior número de integrantes, domina 31 unidades prisionais estaduais, sendo cinco presídios e 26 cadeias públicas, com um “exército” de aproximadamente oito mil homens.
Ainda de acordo com o documento, a facção cearense Guardiões do Estado (GDE), tida como a mais violenta e armada do estado, é a segunda mais numerosa no Sistema Penal. Atualmente, comanda 23 cadeias públicas do interior e mais quatro presídios e Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs). Seu efetivo de “soldados” do crime chega a 5.335 detentos.
Já o Primeiro Comando da Capital (PCC), o mais estruturado e com maior poderio financeiro, possui, segundo o que foi apontado no relatório da Sejus, cerca de 2.847 integrantes dentro do Sistema Penitenciário do Ceará. A facção com origem em São Paulo, hoje domina 20 cadeias públicas e um presídio, no caso, a Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL 3, em Itaitinga, unidade recordista em fugas através de túneis e resgates.
Cadeias Públicas
De acordo com o levantamento, 26 Cadeias Públicas do Interior do Ceará estão dominadas pelo CV, com 2.784 integrantes da facção. O grupo criminoso é maioria entre os presos das unidades carcerárias dos seguintes Municípios: Acaraú, Aquiraz, Aracati, Beberibe, Bela Cruz, Camocim, Canindé, Cascavel, Frecheirinha, Granja, Icapuí, Icó, Ipu, Irauçuba, Itapajé, Juazeiro do Norte (masculino), Jucás, Morrinhos, Nova Russas, Ocara, Pacoti, Quixadá, Redenção, Senador Pompeu, Tabuleiro do Norte e Ubajara.
Já a facção PCC, com 1.522 “soldados do crime”, domina 20 cadeias das seguintes cidades: Acopiara, Boa Viagem, Croatá, Farias Brito, Iracema, Jaguaribe, Marco, Meruoca, Mombaça, Moraújo, Novo Oriente, Orós, Paraipaba, Quixeramobim, Quixeré, Russas, Santana do Acaraú, Santa Quitéria e Tianguá. No total, são 1.522 presos que se declararam integrantes da organização criminosa paulista.
A facção Guardiões do Estado (GDE), grupo criminoso criado no Ceará, conta com 1.537 presos no Interior e na Região Metropolitana de Fortaleza e comanda, conforme o levantamento feito pela Sejus, 23 cadeias dos seguintes Municípios: Aracoiaba, Baturité, Caridade, Caririaçu, Cedro, Crato, Fortim, Itapiúna, Itarema, Jaguaruana, Juazeiro do Norte (Feminino), Maracanaú, Maranguape, Morada Nova, Pacajus, Pacatuba, Palmácia, Paracuru, PIndoretama, São Benedito, São Luís do Curu, Tauá e Várzea Alegre.
Presídios e penitenciárias
Nas chamadas Grandes Unidades do Sistema Penitenciário cearense o CV mantém a prevalência, com 5.821 detentos em presídios, penitenciárias, presídios regionais e nas Casas de Privação Provisória da Liberdade (CPPLs 1 e 4).
A GDE domina quatro presídios (CPPL 2, IPPOO 2, Penitenciária do Cariri/PIRC em Juazeiro do Norte e a recém-inaugurada Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim), com um total de 3.335 presos que se declararam pertenceram à facção.
Já o PCC tem “reservado” para seus membros a Casa de Privação Provisória da Liberdade Professor Jucá Neto, a CPPL 3, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), como 1.325 “soldados”.
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