Dona Genezia de 84 anos concorre ao título de Mestra da cultura do Ceará
DONA GENEZIA REZADEIRA CONCORRE AO TÍTULO DE “MESTRA DA CULTURA” LEI INSPIRADA NO PROGRAMA DA ONU DOS “TESOUROS VIVOS DA CULTURA”,
Fotos é do Eduardo Ferreira
Está havendo uma ação de um grupo independente para reconhecimento de Dona Genezia no XII Edital “TESOUROS VIVOS DA CULTURA” do Estado do Ceará – 2022, com o objetivo de torná-la Mestra da Cultura.
A Cultura Popular tem mestres com notórios saberes e que com suas habilidades têm significativo impacto social, “Dona Genezia, Rezadeira” é uma representação da riqueza de nossa Cultura Tradicional e Popular.
Maria Genezia da Silva Lima, conhecida como Dona Genezia, nasceu na cidade de Choró-CE, é filha de José Sabóia Neves e de Maria Elisa da Silva. Dona Genezia está com 84 anos de idade, sendo que aos 16 anos iniciou o ato de benzer na cidade do Choró/CE, portanto há 68 anos vem realizando essa prática ritualística de cura. Após seu casamento passou a residir em Quixadá/CE, onde mora até os dias de hoje exercendo regularmente a prática da reza configurando assim, uma disposição para auxiliar as pessoas que a procuram. Segundo relatos da Rezadeira, sua mãe Maria Elisa tinha o dom de curar e essa ancestralidade tem muita importância na sua vida.
Fotos é do Eduardo Ferreira
Quando ainda residente de Choró-CE, aos 14 anos, ela ouvia algumas vozes e tinha sonhos que a assombravam. Quando contava para a mãe, ela respondia que aquilo não representava medo. Em um determinado momento, que ela inclusive veio a ficar muito doente, a mãe da menina depois de procurar por ajuda médica, fez uma reza em Genezia e ajudou-a a adormecer, quando acordou perguntada pela mãe como se sentia, ela respondeu que era como se fosse tudo novo.
Pouco depois dali começou com os trabalhos de reza, foi quando sua mãe falava para outras pessoas e isso foi se configurando na medida em que outras pessoas vinham trazendo seus filhos para receber a reza de Dona Genezia.
Atualmente a benzedeira de larga experiência nas atividades de cura recebe as pessoas a qualquer hora em sua residência no Bairro São João ao Lado do Sítio da Índia de seu Tio Alberto Porfírio, poeta e escultor. Há dias que atende cerca de 40 pessoas, vindas das mais distantes e distintas localidades. Muitas das vezes quando a pessoa não tem condições de ir pessoalmente, envia uma fotografia para Dona Genezia através de um familiar ou amigo e assim ela reza com a mesma desenvoltura como se a pessoa estivesse pessoalmente.
Fotos é do Eduardo Ferreira
Em outras ocasiões, muitas pessoas telefonam e são atendidas diante dos problemas narrados. Os procedimentos são aplicados em qualquer pessoa que a busque, não faz diferença de idade, de classe social, de gênero, de religião. Independente de qualquer coisa, ela não nega reza a ninguém porque durante todo esse tempo nunca cobrou pela sua reza, segundo Genezia, se alguém vai até ela, é porque precisa. E por convicção dela, não pode negar um dom que Deus deu a ela para ajudar as pessoas.
Dona Genezia desenvolve um trabalho social que, além de impactar diversas gerações, atrai cotidianamente estudantes, pesquisadores, turistas e aqueles que buscam tratamento espiritual. A cidade de Quixadá tem uma ligação muito forte com o trabalho espiritual-curativo de Dona Genezia, quem não se beneficiou de sua reza é bem provável que já tenha ouvido falar de alguém que teve essa experiência com sua atividade, marcada pela prática de benzer.
Diante desse contexto um grupo de pessoas, compreendido por pesquisadores, professores, empresários e produtores culturais entenderam que era uma questão mais que justa Dona Genezia ser reconhecida pelo Estado como detentora de um saber que somente com a experiência e dedicação de toda uma trajetória de vida pode se consolidar. O conhecimento adquirido por Genezia é marcado por serviços prestados a sua comunidade que reconhece na prática sua maestria em cuidar e se dedicar às pessoas com um notório e específico saber partilhado e transmitido ao longo de gerações.
O reconhecimento almejado é amparado por uma lei instituída em 2006 que estabelece as regras do Registro dos “Tesouros Vivos da Cultura” no Estado do Ceará. Uma legislação pioneira no Brasil, a finalidade legal é voltada para o reconhecimento dos saberes e fazeres dos mestres e mestras da cultura tradicional e popular inspirado no programa Tesouros Vivos da Organização das Nações Unidas.
Fonte Cicinho
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