CBMCE atende dezenas de incêndios em vegetação por dia
Desde o mês de agosto, o incêndio em vegetação disparou em todo o estado. Se de janeiro a julho deste ano, as estatísticas da Ciops registraram 507 ocorrências de incêndio em vegetação em todo o estado, só em agosto houve 441, uma média de mais de 14 por dia. O clima mais seco, meses após o fim da quadra chuvosa, torna mais fácil a disseminação do fogo pelas áreas verdes. Mas é a ação humana, intencional ou não, que desencadeia virtualmente todas as ocorrências desse tipo no Ceará. “Um incêndio que surge de forma espontânea é um fenômeno muito raro de ser observado na natureza, pois só ocorre em condições bem específicas. Nos locais em que há grande acúmulo de matéria orgânica, como lixões e pântanos, ocorre a lenta formação do gás metano, que é inflamável, devido à fermentação realizada pelas bactérias decompositoras. Porém, como a maioria dos incêndios que atendemos acontecem em locais bem diferentes deste perfil, é possível dizer que nossas ocorrências raramente se iniciam sem a ação humana”, explica o primeiro-tenente José Guilherme Veras Neto, mestre em química.
Mas se engana quem acha que o conhecido toco de cigarro despejado em canteiros e terrenos baldios seria um vilão relevante nessa história. Em cursos de especialização em combate a incêndio florestal, é muito comum a prática de tentar induzir fogo no mato por meio de restos de cigarro acesos, a título didático. Os resultados são pífios. Por mais ressecada que esteja a vegetação, não se consegue desencadear o incêndio dessa forma.
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