Fernando Graziani

Apesar de Ceará e Ferroviário terem passado 19 anos sem se encontrarem em uma decisão, existem muitas histórias produzidas em embates marcantes entre os dois ao longo do tempo.
No total, em onze oportunidades anteriores e independente da ordem, Vovô e Tubarão ficaram em primeiro e segundo lugares do Estadual, mas não necessariamente disputaram finais. Nas décadas anteriores, muitos campeonatos eram disputados com regulamento de pontos corridos ou com diversos turnos — durando o ano todo — ou ainda com previsão de triangulares, quadrangulares e afins.
Antes deste ano, a vez mais recente em que o Clássico da Paz foi realizado como final do Campeonato Cearense ocorreu em 1998. O Alvinegro, do técnico Lula Pereira, venceu o primeiro confronto por 4 a 0 e o Tubarão da Barra, de Argeu dos Santos, fez 2 a 1 no segundo. Era preciso, então, uma prorrogação, que terminou com vitória do Ceará por 1 a 0, gol marcado por Gilmar Serafim, logo aos dois minutos do tempo suplementar, diante de 26.953 torcedores no Castelão. Título do Vovô.
Além de 1998, em outras quatro oportunidades o confronto esteve presente em finalíssimas de Campeonato Cearense, desconsiderando, portanto, eventuais finais de turno.
O Ceará se tornou campeão sobre o Ferroviário em 1980 e 1996. Já o Ferroviário ficou com os títulos de 1952 e 1994. Relembre essas ocasiões nos quadros desta página.

 

1952
TÍTULO DO FERROVIÁRIO
Os jogos finais da temporada de 1952 foram disputados em janeiro e fevereiro de 1953. O Ferroviário venceu o primeiro jogo por 1 a 0, no dia 18 de janeiro. Sete dias depois, empate por 1 a 1. O jogo que decidiu o título ocorreu no dia 1º de fevereiro, com nova vitória do Tubarão da Barra, desta vez por 2 a 1, no Presidente Vargas. Alencar abriu o placar para o Ceará, do técnico Jombrega, aos 27 minutos, mas o Ferrão, do treinador Babá, virou com gols de Nirtô, aos 44 do primeiro tempo, e Augusto, aos 6 do segundo tempo. Foi o terceiro título da história do Ferroviário.
1994
TÍTULO DO FERROVIÁRIO
Com início em fevereiro e término em dezembro, Ferroviário e Ceará chegaram até a final do Estadual depois de uma maratona de três turnos. O Ferrão ganhou o primeiro, o Alvinegro venceu o segundo e o terceiro também foi vencido pelo Tubarão da Barra. Assim, no jogo único final, disputado no dia 4 de dezembro, no Castelão, o time da Barra jogava por um empate. E foi exatamente o que ocorreu, um 0 a 0 para 21.029 presentes. Dimas Filgueiras era o treinador do Ceará. Já o Ferroviário teve incríveis cinco treinadores na campanha. José Dutra, José Maria Paiva, Humberto Maia, Edmundo Silveira e encerrou com César Moraes, que dirigiu a equipe nas sete partidas finais da competição.
1980
TÍTULO DO CEARÁ
Quatro partidas foram necessárias para determinar o Ceará, do técnico Caiçara, campeão. Elas foram disputadas nos dias 16, 19, 23 e 26 de novembro, datas que mostram como os estaduais eram diferentes. O Ferroviário, treinado por Lanzoninho, ganhou apenas o segundo, por 1 a 0, gol marcado por Bibi. Já Alvinegro venceu os outros três. O primeiro por 1 a 0, tento anotado por Zé Eduardo; o terceiro, por 3 a 0, dois gols de Zé Eduardo e um de João Carlos; e o quarto, por 1 a 0, gol também de João Carlos para 41.434 pessoas no Castelão.
1996
TÍTULO DO CEARÁ
Classificados para a final, Ferroviário, do treinador Danilo Augusto, e Ceará, de Dimas Filgueiras, jogaram no dia 4 de agosto. O Ferrão fez 1 a 0, gol de Robério, e ali eliminou a vantagem que o Alvinegro tinha por ter feito campanha melhor. Nas duas partidas seguintes, também no Castelão, um empate sem gols no dia 11 de agosto e uma vitória do Alvinegro no dia 18, por 2 a 1 (público de 22.558 torcedores), gols de Claudemir e Betinho para o Ceará e Clayton para o Ferrão. Com informações O Povo.