EUA destroem sistema antimísseis, aviões e blindados antes de deixar Afeganistão
Apenas na segunda-feira (30), o dispositivo antimísseis deteve cinco foguetes disparados pelo Estado Islâmico
Ao todo, os soldados “inabilitaram” 73 aeronaves, 70 veículos blindados resistentes a minas terrestres — que valem US$ 1 milhão cada — e 27 Humvees, segundo o general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central dos EUA, órgão responsável pelas operações militares no Oriente Médio.
O último equipamento a ser desligado foi o sistema de defesa antimísseis. “Decidimos deixar esses sistemas funcionando até o último minuto”, disse McKenzie. Somente nesta segunda-feira, o dispositivo deteve cinco foguetes disparados pelo Estado Islâmico contra o aeroporto de Cabul.
O último avião decolou às 23h59 (16h29 em Brasília) do convulsionado aeroporto de Cabul, o que foi confirmado pelo Pentágono no fim da tarde, após uma operação de evacuação de 122 mil pessoas desde 14 de agosto, véspera da tomada da capital pelo Talibã. O país norte-americano mobilizou 6 mil soldados para ocupar e manter o funcionamento do aeroporto no período.
O grupo fundamentalista islâmico volta ao poder do qual havia sido expulso pela Operação Liberdade Duradoura, que visava puni-lo por te abrigado e protegido a Al Qaeda, rede terrorista que cometeu os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
TALIBÃS COMEMORAM SAÍDA
Após a retirada das tropas do território afegã, os talibãs celebraram a saída dos últimos soldados nesta terça-feira (31). A saída americana foi considerada um êxito “histórico” pelo grupo.
“Felicitações ao Afeganistão (…) Esta vitória pertence a todos nós”, declarou Zabihullah Mujahid, porta-voz dos islamitas, no aeroporto de Cabul, que foi controlado até segunda-feira pelas forças americanas.
AFEGANISTÃO SEM TROPAS DO EUA
Na manhã desta terça-feira, os talibãs retiraram quase todos os postos de controle no caminho para o aeroporto — apenas um foi mantido. Nas estradas, os combatentes não escondiam a alegria e cumprimentavam os motoristas.
As imagens dos líderes talibãs caminhando vitoriosos pelos hangares do aeroporto, escoltados por milicianos armados que exibiam a bandeira branca do movimento, enquanto posavam para câmeras, ao lado dos helicópteros destruídos pelos americanos antes da retirada do país, resumem de maneira perfeita o novo capítulo que começa no país.
Desde que assumiram o poder, os talibãs se esforçam para apresentar uma imagem conciliadora e aberta. Eles prometeram não aplicar represálias contra as pessoas que trabalharam para o governo anterior.
“Queremos boas relações com os Estados Unidos e o mundo”, garantiu Zabihullah Mujahid nesta terça-feira.
Os talibãs também informaram que pretendiam anunciar nos próximos dias a formação de um novo governo após a conclusão da retirada militar americana.
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